Câmara rejeita denúncia contra o vereador Reinaldo da Cremos

Foi rejeitada por 9 a 4, na sessão da Câmara Municipal de Assis na noite desta segunda-feira, dia 3 de dezembro, uma denúncia protocolada pelo advogado e ex-vice-prefeito Ernesto Benedito Nóbile contra o vereador Reinaldo Anacleto, conhecido como Reinaldo ‘da Cremos’.

Foram 9 votos contrários, quatro favoráveis, uma ausência e um impedimento.

O denunciado Reinaldo, impedido, não votou e Nilson Pavão está ausente por encontrar-se internado em uma clínica de recuperação de usuários de drogas.

Os quatro vereadores que votaram a favor do recebimento da denúncia e abertura de uma Comissão processante para investigar os fatos foram: Carlão Binato (PSDB), Chico Panela (PSD), Timba (DEM) e Valmir Dionízio (PSD).

Nove vereadores foram contrários à investigação. São eles: Alexandre Cachorrão (PR), André Borracha (PR), Célio Diniz (PTB), Gordinho da Farmácia (PRB), Camarguinho (PRB), Professora Dedé (PV), Bigode (PP), Roque Vinícius (PTB) e Vinícius Símili (PDT).

ÍNTEGRA: Leia a denúncia protocolada pelo advogado Ernesto Benedito Nóbile na Câmara Municipal de Assis contra o vereador Reinaldo Anacleto, o Reinaldo ‘da Cremos’, do PDT.

“O vereador Nilson Antônio da Silva, em gravação revelou que teria sido convidado pelo vereador Reinaldo Anacleto para um almoço (rodízio), em um restaurante fora da cidade, quando disse que o mesmo receberia 150 mil reais para votar favoravelmente ao projeto de lei que será enviado à câmara municipal, visando a renovação do contrato entre a municipalidade assisense e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) que está vencido.

Além da gravação, o edil Nilson Antônio da Silva, durante depoimento na Comissão Processante em que figurava como réu, respondendo a pergunta do vereador João da Silva Filho, do DEM, voltou a confirmar os fatos, narrando que o vereador Reinaldo Anacleto teria mesmo proposto a quantia de 150 mil reais para votar no projeto de renovação da Sabesp.

Tudo está devidamente gravado e consta dos autos da Comissão Processante que ficou conhecida na cidade, como “Comissão do Papelão”,  em que, por 8 votos a 6, a comissão foi, inacreditavelmente, arquivada por não conseguir dez votos, ou seja, dois terços dos vereadores.

Durante a sessão que discutiu o parecer da Comissão Processante pedindo a cassação do mandato do vereador Nilson Antônio da Silva por falta de decoro parlamentar, realizada dia 12 de novembro de 2018, o vereador Carlos Binato requereu que fosse transmitido no telão as gravações, onde Nilson Antônio da Silva fala da prática de corrupção, citando o vereador Reinaldo Anacleto que teria oferecido 150 mil reais para votar no projeto de renovação da Sabesp.

Demostrando nervosismo, quando da leitura de seu voto, o edil Reinaldo não se defendeu como deveria ou se esperava, pois a acusação é muito séria.

Surpreendentemente, votou pela absolvição de seu detrator Nilson, afirmando tratar-se de um “coitado e que não sabia o que estava dizendo”.

Fato muito estranho, pois o laudo psiquiátrico juntado aos autos e pago pela câmara atestava a total capacidade mental de Nilson Antônio da Silva e que o mesmo, segundo o médico perito, entendia perfeitamente o que estava fazendo, estando portanto em seu juízo normal, podendo responder por seus atos.

A bem da verdade, Nilson Antônio da Silva, embora viciado em drogas, não é um coitadinho como querem alguns “pintar”.

É pessoa simples e humilde, mas fala a verdade, não sendo considerado pessoa mentirosa ou fantasiosa.

Na verdade, talvez por estar em dificuldades financeiras, pois tão logo assumiu o cargo de vereador financiou um carro zero quilômetro e, segundo consta, teria feito também crédito pessoal ou financiamento, descontado em sua folha de pagamento.

Portanto, como recebeu a proposta do vereador Reinaldo Anacleto de receber 150 mil reais para votar a favor da renovação do projeto com a Sabesp, ficou desesperado em pegar o dinheiro, pois segundo Nilson, o vereador Reinaldo Anacleto teria dito que “todos os edis molharam a mão com 150 mil, faltando só eu para receber”.

O que nos leva a crer que o vereador Nilson ficou inconformado por ter sido passado para trás, como se diz na gíria e “colocou a boca no trombone”.

O estranho de tudo é que o acusado Reinaldo Anacleto ficou apático e não se defendeu com veêmencia das acusações feitas por Nilson. Tanto na tribuna da câmara, como pela imprensa.

Tudo muito estranho e que merece investigação por parte de uma Comissão Processante, onde todos os vereadores devem ser ouvidos pela Comissão Processante, para que a verdade venha a tona.

Não estamos sendo levianos em acusar Reinaldo Anacleto, pessoa que temos o maior respeito e que nunca cometeu nenhum desatino, notadamente de corrupção, ativa ou passiva.

Mas, em virtude dos fatos, deve responder a acusação através de uma Comissão Processante, para que tudo seja devidamente esclarecido.

Vale destacar que a Câmara Municipal não pode e nem deve prevaricar.

Tudo tem que ficar esclarecido, pois o vereador Nilson Antônio da Silva jogou todos os vereadores na vala comum e não se comenta outra coisa na cidade.

Todos os vereadores saíram lameados com o episódio, notadamente o vereador Reinaldo Anacleto, o popular “Reinaldo da Cremos”, que inclusive é pastor evangélico.

A Comissão Processante, que deve ser criada, dentre outras coisas, deve requerer a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de todos os vereadores, inclusive comparar o imposto de renda dos anos em que estão ocupando o cargo de vereador.

Também devem ser ouvidas todas as pessoas que estavam no restaurante no dia dos fatos, quando os vereadores Reinaldo e Nilson almoçaram no restaurante à beira da estrada, citado por Nilson nas gravações.

Em virtude dos fatos, venho protocolar o presente pedido de instauração de comissão processante em desfavor do vereador Reinaldo Anacleto mas que, também, todos os vereadores sejam ouvidos pela Comissão Processante”, concluiu e assinou o autor da denúncia, o advogado Ernesto Benedito Nóbile.

reinaldo da cremos

Reinaldo da Cremos foi denunciado por Ernesto Nóbile

 

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