A772 – Morre Aparecido Correa, o ‘Pidão’, a ‘metamorfose ambulante’ da Vila Operária

Terminou nas primeiras horas da madrugada deste primeiro dia do mês de setembro de 2025, em sua residência, a luta contra o câncer que a ‘metamorfose ambulante’ da Vila Operária, Aparecido Correa de Oliveira, o Pidão, de 65 anos, enfrentava há décadas.

Quem não o conhecia, jamais poderia imaginar que aquele homem, barbas por fazer, óculos escuros, com um cigarro sempre aceso, preso entre os dedos da mão direita, mesmo enquanto dedilhava no violão as mais variadas músicas dos mais diferentes estilos, enfrentava tão grave problema de saúde.

Amante da noite e da música, Pidão era uma verdadeira enciclopédia musical. Poucos, como ele, conseguiam guardar tantas letras e cifras, independente do estilo.

De clássicos de Raul Seixas, como ‘Metamorfose Ambulante’ e a antológica ‘Guita’, às modas da dupla Amado e Antônio, como “Eu não quero mais pepino”, ele executava no violão e interpretava todas, do início ao fim.

As mais difíceis e longas músicas, fossem de Chico Buarque ou Renato Russo, ele também cantarolava, sem erros ou interrupções.

Boêmio, ele não tinha hora pra sair de um bar, do quintal da casa de um amigo ou da praça da vila Operária, que, a partir de agora, jamais será a mesma, sem o jeito simples, irreverente e despojado de Aparecido Correa, o ‘Pidão’.

Apesar da doença, que o obrigava a severos tratamentos, com viagens quase semanais a São Paulo numa ambulância da Prefeitura, ele jamais demonstrava tristeza e, muito menos, sofrimento.

Houve até quem desconfiasse: “Como pode conviver com essa doença e ter essa alegria?”, se perguntavam muitos.

Pidão lutou, silente, contra o sofrimento da doença, até ser vencido neste começo de setembro, como se estivesse aguardando chegar o mês das flores como orquídeas e das ervas que admirava.

Petista declarado, enfrentava duros debates nas redes sociais, mas jamais permitiu que as disputas ideológicas o fizessem perder amizades.

O corpo de Aparecido Correa, o Pidão, será velado na sala 1 do Centro Funerário São Vicente, na avenida Abílio Duarte de Souza, mas ainda não foi definido o horário do sepultamento.

Vá em paz, como sempre viveu, amigo!

“Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagouSe hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amorLhe tenho amor, lhe tenho horrorLhe faço amor, eu sou um ator”

Pidão, num dos bares da vila Operária

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