Morre, em São Paulo, o irreverente e boêmio professor Cadu

Morreu na tarde desta quarta-feira, dia 15 de agosto, aos 62 anos de idade, em São Paulo, onde se submetia a tratamento médico, o professor da Unesp de Assis, Carlos Eduardo Jordão Machado, o “Cadu”.

Formado em Artes e Filosofia, Cadu era professor de Filosofia nos cursos de História e de Psicologia da Unesp, campus de Assis, onde ingressou há 31 anos. Exatamente no ano de 1987.

“Possui graduação em Artes Plásticas pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná(1978), mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo(1991) e doutorado em Filosofia pela Gesamthochschule Universität Paderborn(1997). Atualmente é RDIDP da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Professor Assistente Doutor (RDID) da Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Membro de corpo editorial da Herramienta (Buenos Aires), Membro de corpo editorial da Trans/Form/Ação e Membro de corpo editorial da Jahrbuch der Internationalen Georg-Lukács Gesellschaft. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em História da Filosofia. Atuando principalmente nos seguintes temas:estética, ética, história da filosofia, germanística, revolução e Lukács”. (Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes).

A pedido do Jornal da Segunda On Line a diretora da Unesp, campus de Assis, Andréa Dorini Rossi, escreveu: “A Faculdade de Ciências  Letras de Assis perdeu ontem um.grande intelectual na área da Filosofia. Com seu comportamento irreverente, Cadu foi muito importante para a formação dos alunos de História e Psicologia, onde ministrava disciplina e orientava mestrado e doutorado. Sentimos muito a sua partida”, disse.

O corpo do professor Cadu está sendo velado no  Cemitério de Vila Alpina, onde será cremado no final da tarde desta quinta-feira.

Vários amigos de academia, professor e alunos, escreveram homenagem ao professor Cadu, relatando momentos de seus estudos e de sua vida social. Muitos o resumiram como ‘inquieto e boêmio’.

Um dos amigos, Manoel Dourados Bastos, contou que “certa vez, disse que, assim que o Cadu viesse a morrer, os donos de botecos de Assis fariam uma estátua mais alta que o ‘Homem de Lata’ para homenagear o maior boêmio que Assis conheceu”.

Com uma homenagem intitulada “Tristeza!”, assim se despediu do amgo o professor Milton Lahueta:

“Partiu mais um companheiro de jornada!  Faleceu Carlos Eduardo Jordão Machado (1954-2018), o Cadu!
Entre os anos de 1978 e 1996, mantivemos uma convivência pessoal e intelectual muito intensa, participando juntos em vários projetos políticos e culturais como a revista Temas de Ciências Humanas, o jornal Voz da Unidade, a revista Presença, além da militância e das polêmicas dentro do PCB. 
Um pouco depois, já como professores da UNESP, prosseguíamos nos vendo quase diariamente para acalmar nossas angústias com os dilemas da transição democrática e para nos apoiarmos quando simultaneamente realizávamos nossas pós-graduações.
Passamos muitas e muitas horas discutindo Lukacs, Benjamin, o debate sobre o Expressionismo, Kracauer, Gramsci e coisas afins, além dos caminhos e descaminhos da esquerda.
Cadu não era apenas um intelectual brilhante e inquieto, mas um exímio artista plástico, desenhando, pintando e fazendo gravuras de alta qualidade.

Nos últimos anos, as circunstâncias acadêmicas cada vez mais especializadas e os labirintos da sociedade brasileira acabaram por nos afastar, dificultando as possibilidades dos encontros afetivos e intelectuais.
Despeço-me do amigo e do companheiro de trajetória, lembrando de nosso empenho por um pensamento livre e inovador e por uma prática de esquerda arejada e aberta às mudanças pelas quais a sociedade contemporânea está passando!

Que sua rebeldia e a qualidade de seus textos e quadros permaneçam sendo fonte de inspiração para as novas gerações de jovens inquietos e indignados com a barbárie capitalista!

Cadu vive! Vida longa, Cadu!”
cadu
O professor Cadu morreu aos 62 anos

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