Lesões na zaga e falhas individuais tiram o VOCEM da Copinha

Ah, o futebol!

Sempre o velho e emocionante futebol.

Fazendo heróis num dia e vilões noutro.

A partida entre VOCEM de Assis e Marília Atlética Clube, válida pela segunda fase da Copa São Paulo de futebol júnior, na tarde desta sexta-feira, dia 11 de janeiro, foi capaz de provocar fortes emoções nos quase sete mil torcedores, entre eles os pouco mais de 40 marilienses, que chegaram aos estádio Tonicão somente aos 23 minutos do primeiro tempo.

Herói no jogo contra o Sport por defender um chute, à queima roupa, do meio campista Alessandro, nos primeiros minutos de jogo que garantiu o empate a liderança do Grupo 4, na quarta-feira, o goleiro Pedro Henrique saiu de campo neste domingo arrasado e amparado pelos reservas, mas com alguns comedidos aplausos e gritos de incentivo da torcida ‘Sangue Mariano’.

Duas falhas do goleiro, uma delas gritante no segundo gol, quando a bola passou entre suas pernas e um rebote numa cobrança de falta de longa distância, que proporcionou o terceiro gol do Marília, para muitos, selaram a desclassificação da equipe mariana na Copinha.

Mas, com isenção, dá para garantir que não foram apenas as falhas individuais que fizeram o VOCEM sucumbir diante do MAC.

As lesões do zagueiro Rafael Bahia, no jogo contra o FF Sports, e o fato de o seu substituto Yuri ter se lesionado logo aos sete minutos do jogo decisivo contra o Marília, podem ter contribuído, e muito, para aumentar a insegurança do setor defensivo mariano, que não sofreu gol nos primeiros 300 minutos da Copinha.

Aliás, a falha de marcação da improvisada zaga dentro da área fez com que, aos 36 minutos, Lucas Santos, de cabeça, abrisse o placar.

Atrás no placar, o VOCEM tentou reagir e quase conseguiu o empate num chute de fora da área de Ronald, que bateu na trave esquerda do goleiro André Luís.

No contra-ataque, Lucas Santos, sem saber o que fazer, disparou em direção ao gol, num chute despretensioso.

Por azar, comum na vida de qualquer goleiro, Pedro Henrique se agachou para tentar encaixar, mas a bola passou entre suas pernas.

Balde de águia fria no time e na torcida.

Alguns poucos colegas de time, solidários, foram em direção ao goleiro para tentar consolá-lo pela falha, mas parte da torcida não perdoou.

O primeiro tempo terminou com o placar de 2 a 0 para o time visitante.

No intervalo, o técnico Luciano Baiano, após conversar bastante com o goleiro Pedro Henrique e seu preparador Gato Guerreiro, deve ter imaginado: “Não vou queimar a carreira do menino” e manteve o goleiro no time.

Ao mesmo, o treinador mariano decidiu colocar a equipe no ataque. Sacou o lateral esquerdo Gelder para a entrada do prata da casa Juninho, como cobrava grande parte da torcida.

A partir do intervalo, o jogo foi outro.

O VOCEM partiu pro ataque, sempre nas iniciativas do ótimo lateral direito Léo, maior destaque do time na Copinha, com certeza.

Foi exatamente numa jogada individual de Léo, aos 14 minutos, que o árbitro Júnior Cesar Lossávaro, com razão, marcou penalidade máxima no jogador que fez fila de três adversários tentando roubar a bola e acabou derrubado na área.

Guilherme repetiu a mesma cobrança feita contra o Sport Recife, forte e no meio do gol, mas o goleiro André Luiz conseguiu espalmar para dentro da própria área. Bem posicionado, e frio, Guilherme dominou e empurrou para o fundo da rede.

O gol incendiou, ainda mais, os quase sete mil torcedores que suavam na temperatura perto dos 34 graus, mas com uma sensação térmica no concreto da arquibancada, perto dos 40 graus.

A expulsão do meio campista do Marília, Danilo, aos 25 minutos, por calçar, por trás, o atacante Juninho do VOCEM, animou ainda mais a torcida.

Mas, o futebol. Ah, o futebol!

Sempre o futebol, reservava mais um triste lance para a carreira do jovem goleiro Pedro Henrique do VOCEM.

Ao tentar defender uma cobrança de falta de fora da área, aos 37 minutos, ele deu rebote e o atacante Rodrigo ampliou para o Marília.

Desolado, o goleiro não sabia a quem recorrer, a não ser a Deus, quando colocou as mãos à cabeça, com olhar direcionado ao céu.

Deve ter vivido seu segundo inferno astral em menos de uma hora.

Diferente de alguns torcedores, que decidiram abandonar o estádio, algumas vozes, como a da incansável líder da torcida Sangue Mariano, Milene Delaqua, e sua filha Maria, tentaram puxar um coro de “eu acredito”.

Nos acréscimos, após cobrança de falta rasteira, o zagueiro Felipe diminuiu para o VOCEM, mas não dava tempo para mais nada.

Final de jogo: 3 a 2 para o Marília Atlético Clube, que avança na Copinha.

O VOCEM de Assis, estreante na competição, não tem motivos para se envergonhar.

Pelo contrário.

Não fossem as lesões de Rafael Bahia e Yuri, que desmontaram a zaga, e as infelizes falhas do goleiro Pedro Henrique, que não merece ser crucificado por isso, o VOCEM poderia ter, com certeza, vencido o Marília e avançado na competição.

Foi um aprendizado onde a diretoria mariana e a Prefeitura Municipal de Assis, por terem apostado no evento, podem comemorar.

O VOCEM de Assis, do técnico Luciano Baiano, entrou em campo com; Pedro Henrique; Léo, Iuri (Márcio Braga e Bruno Moreira), Felipe e Gelder (Juninho); Matheus, Robson (Mairiel), Guilherme e Douglas; Ronald e Carlos Bonfim.

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Quase sete mil torcedores foram ao estádio Tonicão

 

 

 

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